domingo, 2 de novembro de 2008

4 meses de Polonia

Depois de muito tempo sem postar aqui, gostaria de descrever as viagens que fiz na Polônia, com amigos, geralmente brasileiros (Edmilson, Alberto, Danilo e Paulo).
Vou tentar descrever o que se pode fazer em 4 meses estando na Polônia, e sem câmera (tirando fotos usando a câmera dos outros), mas até que enfim comprei uma câmera simples, uma Sony DSC-120 .Segue abaixo os lugares que eu visitei:

Wrocław

Ah, Wroclove =) , a cidade em que eu moro, adoro essa cidade, não só por ser uma cidade Universitária, mas tambem por ser muito bonita. A cidade com 640 mil hab. fica as margens do rio Odra, possue varias faculdades, tanto publicas como privadas.

As universidades publicas mais conhecidas:
* Universidade de Wrocław (Uniwersytet Wrocławski)
* Politécnica de Wrocław (Politechnika Wrocławska)
* Academia de Medicina (Akademia Medyczna)
* Academia de Belas Artes (Akademia Sztuk Pięknych)
* Academia de Educação Física (Akademia Wychowania Fizycznego)

Moro perto da Politechnika Wrocławska, na residencia universitaria chamada IT, complexo com 5 predios, cada um com cerca de 8 andares cada, divido quarto com mais 2 pessoas (Guto [Brasil] e Max [Russia]). Lugar muito bem localizado, sem falar nos regaes que têm no dormitório.
Eu: Vodka na mão, Vizinho: apontando para Vodka, (Max) O Russo que mora comigo: perto da loira. O resto eu não conheço.

Bom, voltando a Wroclaw.A cidade possue 1000 anos de existência, já pertenceu a Alemanha, Polônia, Bohemia, Austria e Prussia. Por isso tambem é conhecida como Breslau, nome de quando pertencia a Alemanha, momentos antes da Segunda Guerra Mundial.
O mais engraçado é que a Polônia esta na divisória entre o Leste o Oeste Europeu, então pode-se observar alguns traços culturais de ambos os lados, por exemplo: Na escola aprende-se duas línguas,o inglês como obrigatória, e russo ou alemão como opcão.

O video abaixo mostra como era Breslau/Wrocław momentos antes da guerra começar, notem as escritas em alemão nas ruas.

Breslau antes guerra.





Breslau depois da guerra.




Hoje em dia é uma linda cidade com mais de 150 mil estudantes. Algumas fotos de Wrocław aqui.

Gdańsk

Cidade que faz parte de uma conurbação com mais 2 outras cidades, Sopot e Gdynia. Todas juntas formam uma area metropolitana chamada Tricity, com uma população de mais de 800 000 hab. Gdańsk é conhecido ser a cidade origem do movimento chamado Solidarność, organização de trabalhores que combatiam o comunismo. E que tinha como lider o primeiro presidente pós-comunista das Polônia - Lech Wałęsa.
Meu colega de trabalho me deu um cartão postal do Solidarność, ele vivenciou o comunismo por um certo tempo, me contou algumas histórias, como por exemplo: Tinha uma lista gingantesca para poder pegar um par de sapatos novos, sem falar que os melhores alimentos eram enviados
para a Rússia.
Também fomos para uma cidade perto chamada Malbork, onde se encontra um dos maiores castelos da Europa. Construído pelos cavaleiros teutônicos (ordem militar religiosa dos Cavaleiros Teutônicos fundada na Terra Santa com a dupla vocação de proteger as cruzadas e difundir o seu espírito.)



Gdansk: fotos aqui.



Cracóvia e Auschwitz
Cracóvia

Já foi capital política da Polônia entre os anos 1038 e 1596, agora é considerada a capital cultural da Polônia.Em 1978, a UNESCO adicionou o centro historico de Cracóvia, que inclui a cidade antiga, Kazimierz e o castelo de Wawel, à lista de Patrimónios Mundiais (Nesta lista se encontram a muralha da China, estátua da liberdade e a cidade de Brasília). A cidade possue uma feira no vendendo peças antigas no centro, um pouco diferente da feira de São Joaquim =P.

Auschwitz

Depois de ler um livro sobre Auschwhitz, infelizmente o livro não é tão conhecido quanto eu esperava, conheci o campo de concetração pessoalmente...O livro que li é pequeno, fala sobre a vida de um psicólogo alemão chamado Viktor E. Franklin e de como ele consegue sobreviver as atrocidades do campo de concentração, procurei na livraria que existe no campo, e nada de 'Man's search for a meaning'... É um livro muito pequeno, 77 páginas apenas...
Em Auschwitz as tentativas de suicídio eram corriqueiras, devido a dor emocional e física dos prisioneiros, mas o escritor acreditava que se a pessoa tivesse um sentindo (objetivo) na vida, conseguiria superar qualquer coisa, até mesmo o dia-a-dia de um campo de concentração, Viktor foi cobaia de sua própria teoria, essa é a parte mais interessante do livro. O trecho abaixo, para mim, é a melhor parte do livro.

"Trata-se de dois homens que em conversas haviam manifestado intenções de suicídio. Ambos alegaram da maneira típica que "nada mais tinham a esperar da vida". Importava mostrar a ambos que a vida esperava algo deles, e algo na vida, no futuro, estaria esperando por eles. E de fato revelou-se que por um deles havia um ser humano esperando: seu filho, ao qual idolatrava, "esperava" pelo pai no exterior. Pelo outro "esperava" não uma pessoa, mas um objeto: sua obra. O homem era cientista e publicara uma série de livros sobre determinado tema, a qual não estava concluída e aguardava a sua conclusão. E para esta obra este homem era insubstituível, não podia ser trocado por outro. Mas ele não era nem mais nem menos insubstituível que aquele outro que, no amor da criança, era único e não podia ser trocado. Aquela unicidade e exclusividade que caracteriza cada pessoa humana e dá sentido à existência do indivíduo, faz-se valer tanto em relação a uma obra ou uma conquista criativa, como também em relação a outra pessoa e ao amor da mesma. Esse fato de cada indivíduo não poder ser substituído nem representado é, no entanto, aquilo que, levado ao nível da consciência, ilumina em toda a sua grandeza a responsabilidade do ser humano por sua vida e pela continuidade da vida. A pessoa que se deu conta dessa responsabilidade em relação à obra que por ela espera ou perante o ente que a ama e espera, essa pessoa jamais conseguirá jogar fora a sua vida. Ela sabe do "porquê" de sua existência - e por isso também conseguirá suportar quase todo "como". "

Existe um corredor imenso com fotos de vários prisioneiros, a expressão nos rostos não mostram medo, alegria ou tristesa, mas sim indeferença, Franklin estava certo, eles perderam o sentido da vida.
Existe uma sala com vários pertences pessoais, os dentes de ouro eram extraídos dos prisioneiros e o cabelo raspado. Acreditam que os dentes de ouro eram fundidos e usados na confecção de jóias; os cabelos, tecidos em tapetes e meias; a gordura, reprocessada para combustível.
Apesar de me deparar com todos esses horrores, o que mais me assustou foi o fato de ver bonecas de crianças em meio aos pertences.
Descobri histórias que não conhecia também, como do frade franciscano que ofereceu sua vida em troca da vida de um prisioneiro.
Os Poloneses sofreram muito nas mãos dos alemães e logo em seguida dos russos, não é a toa que os poloneses possuem uma antipatia em relação a ambos.

fotos de Cracóvia e Auschwitz aqui

Toruń
Cidade de Nicolaus Copernicus, conhecida hoje em dia por ainda preservar a arquiterura medieval. Sem falar no belíssimo centro. Mas, sinceramente, depois de ver isso tudo não tem outras coisas tão importantes para se ver, dois dias de visita na cidade já é o bastante. Fui mais para encontrar outras pessoas. =)

Conferencia da AIESEC
A conferência local da AIESEC daqui aconteceu em uma cidade interiorana chamada Jelenia Góra. Tiveram algumas palestras sobre desenvolvimento pessoal, sobre a própria AIESEC, jogos e festas internas, que, claro, não podiam faltar. =P]

Tatra Mountains

Lugar de uma beleza inexplicável, conjunto de montanhas na borda da Polônia com a Eslováquia. Ficamos hospedados na cidade de Zakopane, capital dos esportes de inverno da Polônia. Infelizmente não tinha neve na época que fomos, mas a vista foi recompensadora.
Confiram algumas fotos do lugar aqui:
Fotos de Zakopane aqui.

Um comentário:

Unknown disse...

Poxaaa...uma experiencia unica pra vc heim..aproveita ! sucesso ! bjus

Bruna Barros